Amazonino Mendes, Prefeito de Manaus, e político "da antiga", comportou-se mal ao abordar uma moradora favelada no subúrbio manauara. A expressão do gestor municipal foi de desrespeito e mobilizou a sociedade paraense que repudiou essa demonstração de discriminação.
Infelizmente é necessário reconhecer que, muitos de nós, paraenses, tomamos atitudes parecidas em relação aos amazonenses, maranhenses e nordestinos de uma forma geral, que o digam os residentes de Marabá e região que, via de regra, são compostos por nordestinos expulsos de suas terras seja pela opressão no campo, seja por acreditarem que o Pará realizaria o sonho de "terras sem homens para homens sem terra" e, no processo de "integrar para não entregar" ocuparam as regiões mais inóspitas gerando riquezas, mas também expondo as desigualdades sociais.
É bem verdade que não é fácil para qualquer gestor público controlar a forma desordenada de ocupação do solo e que, boa parte das críticas dirigidas aos mesmos gira em torno da omissão em permitir que áreas alagadas (baixadas) e morros sejam ocupados, mas não será com atos de discriminação e descontrole que o problema será resolvido, mas com alternativas viáveis de ocupação de outras áreas.
Uma pergunta que não se faz, mas que nos inquieta: o que nossa irmã paraense fazia em Manaus? Que motivos ela teria para habitar fora do seu Estado? Bom, inúmeras seriam as possibilidades, mas uma delas não se pode descartar: com certeza o nosso Estado não foi para ela tão atrativo quanto o foi para os nodertinos.
Poderíamos ainda avançar refletindo como nosso Estado vem se tornando um dos exportadores de mazelas como os demais. Talvez isso seja um indício de empobrecimento e da queda da qualidade de vida dos paraenses.
Somente para citar um exemplo, tivemos há menos de um mês, em São Paulo, a prisão ou apreensão de vários travestis cuja maioria era de paraenses.
Não é hora de alimentarmos a rivalidade que foi aguçada quando da eleição da sub-sede da copa do mundo de 2014, nem mesmo relembrarmos os embates, debates e conflitos existentes entre o Pará e o Amazonas quando da exploração da hevea brasiliensis no final do século XIX e quando do esforço de guerra (1944-1945).
Seria bom refletirmos sobre isso!
Assista o vídeo e tire suas conclusões, clicando AQUI.
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