História da Polícia Militar do Pará

domingo, 3 de abril de 2011

JUSTIÇA COMEÇA A MORALIZAR AS CASAS PENAIS

Condenados os seis acusados de matar detento

Após 13 horas de julgamento, foram condenados a 21 anos de prisão em regime fechado seis acusados da morte do detento Raimundo Nonato Barbosa de Souza, conhecido como “Careca”, 32 anos. O crime ocorreu em novembro de 2007, dentro do Presídio Regional de Redenção.
O julgamento foi realizado no Fórum de Justiça de Redenção. Dos treze jurados selecionados pelos advogados de defesa e acusação, apenas sete participaram do júri, que foi formado por três homens e três mulheres. Eles aceitaram a tese da promotoria, que pediu a condenação de Alex Costa Gomes, Clodoaldo Sobrinho de Pereira, Juscinei Xerente, Rutemberg Silva Freitas, Wanderley Pereira Pinheiro e Rosimar Queiroz Sobrinho, pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil.
Os depoimentos do agente prisional Marcos Antônio e da detenta Jarlene Fernandes Martins foram fundamentais para o trabalho da acusação, que ficou a cargo dos promotores João Batista Araújo Cavaleiro e Ítalo Costa Dias.
Em seu depoimento, a testemunha Jarlene Fernandes, que na época do crime cumpria pena na penitenciária de Redenção, disse que viu os seis acusados estocarem a vítima Raimundo Nonato e arrastarem o corpo de dentro da cela C-3 para o corredor do pavilhão do presídio.
A detenta disse também para o juiz Haroldo Silva da Fonseca, titular da 2ª Vara Penal da Comarca de Redenção, o qual presidiu o julgamento, que dois dos seis acusados jogaram água quente em “Careca”, que levou mais de 30 estocadas, tendo morte instantânea.
O agente prisional Marcos Antônio, conhecido por “Marcão”, afirmou que viu os seis acusados agredirem a vítima, que não teve nenhuma chance de defesa.
Dos seis acusados, somente o presidiário Rosimar Queiroz Sobrinho assumiu ter participado do crime. “Eu matei sozinho o ‘Careca’. Não foi preciso a ajuda de ninguém”, disse o acusado para o juiz Haroldo Fonseca. Os demais acusados negaram a participação no crime, dizendo que nada viram e nada sabiam do que havia ocorrido no dia do crime.
Diante das interrogações do promotor João Batista, Rosimar não revelou o motivo que o levou a assumir a culpa, se as testemunhas haviam dito que ele e os demais acusados estavam na cena do crime.
“Não tenham dúvida de que esses seis homens aqui foram os autores das trinta estocadas que mataram um companheiro de carceragem, que estava preso acusado de furto”, afirmou o promotor João Batista.
O principal argumento da defesa dos acusados, que foi feita pelo defensor público Joaquim Azevedo, era de que as provas eram insuficientes para condenar cada um dos acusados, pois existiam algumas contradições nos autos do inquérito policial.
Entretanto, a defesa não conseguiu convencer os jurados que votaram pela condenação de todos os seis acusados. De pé, cada um dos acusados ouviu o juiz Haroldo da Fonseca proferir a sentença de 21 anos de prisão, a ser cumprido a princípio em regime fechado na Penitenciária Estadual de Americano, localizada na Região Metropolitana de Belém.
Eles já foram levados para a Penitenciária de Americano, escoltados por agentes prisionais e uma guarnição da Polícia Militar da capital do Pará. (Diário do Pará)Domingo, 03/04/2011, 13:01:49

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