História da Polícia Militar do Pará

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Conheça a Síndrome de Burnout, uma doença que acomete policiais militares

Quem nunca se deparou com momentos no quartel em que você não tem ânimo para nada? Ou ainda, com uma carga de documentos em cima da mesa com inúmeras etiquetas "URGENTE", que você não sabe nem por onde começar?
Aí o telefone toca, o superior chama, o subordinado reclarma, os colegas falam em voz alta no telefone, o email está cheio de mensagens inúteis no meio de muitas correspondências importantes. A irritação vai aumentando.
Você olha para o relógio e lembra que daqui há 30 minutos começam as oitivas da Sindicância (cinco pessoas para serem ouvidas); amanhã você está escalado num patrulhão, justamente no dia que vence a parcela do carro. Lembra que saiu de casa sob reclamações dos filhos porque você nunca mais brincou com eles, esquecendo inclusive do aniversário e da reunião com a direção da escola.
Você tenta se animar, respira fundo e continua aquele relatório que já está atrasado. Aí vem o seu auxiliar de Seção e despeja na sua mesa mais sete documentos: duas prestações de contas rejeitadas pela CPCI; uma apresentação na justiça; sua indicação para o Conselho Permanente de Justiça; uma Sindicância para diligências complementares; e, dois memorandos que você esqueceu de assinar.
Parece até mentira, mas tudo isso é suscetível de acontecer com qualquer policial militar, principalmente para os Comandantes, Chefes, Diretores de OPM ou Seção Administrativa e por isso, vem a pergunta:
Quem não pensaria em chutar o "pau da barraca"?
Mas nem pra isso você encontra ânimo, vem aquela moleza infernal, aquele sentimento de impotência e o pesamento de que você foi vencido pelo sistema e vive só para o trabalho. A vontade é de descarregar em alguém, gritar, aloprar.
Calma companheiros de farda, o que precisamos além de melhorar a rotina de nossos quartéis é entender o problema de modo científico, pois isso tem um nome: Síndrome de Burnout, doença que o médio Drauzio Varella nos apresenta no artigo abaixo, que vale a pena conferir.

 Síndrome de Burnout

A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).
Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.
Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno (grifo do blogueiro).

Sintomas
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.
Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações
físicas que podem estar associadas à  síndrome.

Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. Respostas psicométricas a questionário baseado na Escala Likert também ajudam a estabelecer o diagnóstico.

Tratamento
O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os sintomas.

Recomendações
* Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir ou tratar a síndrome de burnout;
* Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de ansiedade e depressão não é um bom remédio para resolver o problema;
* Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e prejudicando sua saúde física e mental. Avalie também a possibilidade de propor nova dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais.

O artigo acima foi publicado no site Drauzio Varella, acesse a matéria e outras de interesse público, clicando AQUI
Crédito das imagens:
http://idademaior.sapo.pt/bem-estar/ginastica-mental/o-incapacitante-burnout/
http://direitodospoliciaismilitares.blogspot.com/2011/03/o-militar-estressado.html

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