Primeira turma do Curso de Educação Patrimonial do Arquivo Público do Pará conclui atividades.
Com semblantes de alegria, em um clima cheio de motivação, os alunos da primeira turma do curso de Educação Patrimonial do Arquivo Público do Pará – APEP concluiram as atividades na última sexta-feira, 03.06, com agradecimentos emocionados vindos de ambas as partes.
Com o patrocínio do Edital CAIXA Cultural 2010, conquistado pela Associação dos Amigos do Arquivo Público do Pará – Arqpep, o primeiro módulo do curso durou um mês e capacitou 15 pessoas, que foram avaliadas, basicamente, segundo critérios de assiduidade, capacidade técnica e relacionamento em equipe.
O próximo módulo terá inicio já na próxima segunda-feira, 13.06, com a parceria das Comunidades do Tenoné, da Marambaia, do Ponto de Memória da Terra Firme, do Distrito de Icoarací e da Fundação da Criança e do Adolescente do Pará – Funcap. Divididos em grupos de até 20 alunos eles recebem aulas sobre noções básicas de conservação e tratamento documental e formação de conceitos em torno do patrimônio histórico e cultural paraense.
Um dos alunos de grande destaque durante o curso foi o jovem Claudio Nonato,19, estudante do Ensino Médio da Escola E.E.F.M Regina Coeli localizada no bairro do Paar – Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. Claudio afirma que o conhecimento apreendido no curso vai além das habilidades técnicas, e já está marcando aulas de encadernação para compartilhar conhecimento com outros alunos da escola onde estuda.
“A primeira coisa que ganhamos aqui foi o valor da responsabilidade. Infelizmente é só um mês porque é um tipo de serviço que a gente se destaca no mercado, aperfeiçoando, ganhando conhecimento. Lá na Escola querem que eu dê uma oficina sobre o que aprendi aqui com encadernação. E já marquei agora pro inicio do mês de junho.” orgulha-se o jovem.
Cultura como inclusão social
O Curso foi para alguns desses alunos um meio de provar para a sociedade a capacidade de superar suas limitações e desenvolver novas habilidades. É o que defende a técnica e Professora de História, Lélia Fernandes, da Escola E.E. Fundamental Carlos Guimarães, do Bairro da Marambaia em Belém, uma das instituições de ensino parceiras do projeto que indicou três alunos com necessidades especiais para o primeiro módulo do Curso de Educação Patrimonial do APEP.
“Quando um aluno é deficiente pra algumas habilidades, ele pode ser estimulado a outras competências. E este foi o caso. Com isso provamos para a escola, pra sociedade e principalmente para os pais desses alunos como é possível desenvolver outras habilidades e terem um interesse maior pela educação e pela preservação da história do Estado, mesmo sendo pessoas com deficiência”, defende a professora.
Quanto ao papel social prestado pelo APEP por meio do curso de Educação Patrimonial, a professora argumenta que “Aparentemente quando se fala em cidadania, inclusão social, dentro do campo da preservação, parece algo abstrato. E dentro desse projeto estamos provando como é possível trabalhar a inclusão social dentro do campo da preservação cultural”.
Sobre o projeto
O Curso de Educação Patrimonial do APEP faz parte do projeto Preservação e Acesso: Proposta de digitalização da documentação colonial existente no APEP, por meio da Associação dos Amigos do Arquivo Público do Pará (Arqpep) conquistou recurso do Edital Caixa Cultural 2010. O curso têm turmas rotativas com duração de um mês, até março de 2012, com o objetivo de capacitar 120 pessoas.
Outra ação deste projeto é a restauração e digitalização de documentos da Secretaria de Governo da Capitania - período colonial do Brasil (1649 a 1823 - séculos XVIII, XIX e XX). Os documentos do período colonial sob a responsabilidade do Estado do Pará é o acervo mais antigo e valioso do APEP, reconhecido pela UNESCO em 2010 como Patrimônio Documental da Humanidade.
Texto: Luciana Kellen / Ascom APEP – Arqpep
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