Sexta-Feira, 03/06/2011, 08:05:35
Acusado no caso da morte do promotor de eventos Gustavo Maia Russo, em 2005, o policial militar Marcelo Ferreira Zeferino foi condenado, ontem, por homicídio simples (pena prevista de 6 a 20 anos de prisão) pela morte de Lucivaldo Cunha Ferreira, que mantinha o produtor refém ao fugir da polícia.
Após doze horas de julgamento, os jurados do 1º Tribunal do Júri de Belém acataram parcialmente a tese da acusação. Em relação à morte de Gustavo Maia Russo, o réu foi absolvido por maioria dos votos dos jurados, que acolheram as teses da defesa.
Com base na decisão dos jurados, o juiz aplicou a pena de 12 anos de prisão, que o réu terá que cumprir em regime inicialmente fechado. Zeferino poderá recorrer da decisão em liberdade.
O PM Marcelo Ferreira Zeferino sentou pela segunda vez no banco dos réus. Ele já havia enfrentado o júri popular em 17 de março de 2008, quando foi absolvido. Mas, a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Pará e ele foi intimado a mais um julgamento no Fórum Criminal.
A sessão foi presidida pelo juiz Edmar Silva Pereira. Enquanto o julgamento ocorria no Salão do Júri, do lado de fora do Fórum integrantes do Movimento pela Vida (Movida), formado por familiares de vítimas da violência no Pará, pediam por justiça. Entre eles, estavam os pais do jovem Cleber Filho, morto no ano passado em uma perseguição realizada por agentes do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), na avenida Visconde de Souza Franco.
Após prestar depoimento, a mãe de Gustavo Russo, Iranildes Russo, guardava a esperança de que o equívoco fosse corrigido. “É mais uma chance que a justiça tem de se fazer presente. Pela prova dos autos, todos são culpados, pois agiram em equipe. A bala letal partiu de um, mas todos atiraram. Atiraram porque quiseram correr o risco de sentar no banco dos réus. Espero que a verdadeira justiça aconteça. Que ele seja punido pelo o que ele fez”, desabafou.
De acordo com o promotor de justiça Mário Brasil, um dos responsáveis pela acusação, o primeiro julgamento foi anulado pelo TJE pelo fato das provas não terem sido analisadas em sua totalidade. “O ato dos policiais foi feito em conjunto, eles deferiram inúmeros tiros, realmente é uma atitude grave. Quando você age dessa forma, demonstra realmente querer resultado de morte”, pontua.
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