História da Polícia Militar do Pará

quinta-feira, 3 de março de 2011

Regulamentação da Profissão de Historiador aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado

Quase trinta anos de luta dos historiadores começa a apontar para a tão sonhada regulamentação profissional, com a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal.
A não regulamentação da profissão de historiador acabava por provocar o exercício irregular do ensino e da pesquisa e em consequência a História Nacional, ou melhor, a Historiografia Brasileira ficava a mercê de curiosos e aventureiros que não dominam o método, a teoria e a literatura histórica, por muitas vezes transformando a narrativa histórica como única alternativa de construção histórica, enquanto a análise mais séria ficava ao encargo de antropólogos, sociólogos e cientistas sociais das mais variadas formações.
Este passo importante demonstra claramente a possibilidade de que essa profissão seja, então, efetivamente desenvolvida pelos profissionais capacitados para a análise, a problematização e o debate competente de vários nuances da contrução da história nacional.
Transcrevemos, adiante, a matéria conforme publicada pelo próprio Senado Federal:

"A regulamentação da profissão de historiador foi aprovada, nesta quarta-feira (2), pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece que a profissão de historiador poderá ser exercida pelos diplomados em curso de graduação, mestrado ou doutorado em História.
Entre as atribuições dos historiadores, o projeto (PLS 368/09) lista o ensino da disciplina no ensino básico e superior; o planejamento, a organização, a implantação e a direção de serviços de pesquisa histórica; o assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos para fins de preservação.

Relator Flexa Ribeiro (PSDB/PA) relator do projeto
A proposta já havia sido aprovada em decisão terminativaDecisão terminativa é aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado. Quando tramita terminativamente, o projeto não vai a Plenário: dependendo do tipo de matéria e do resultado da votação, ele é enviado diretamente à Câmara dos Deputados, encaminhado à sanção, promulgado ou arquivado. 

Ele somente será votado pelo Plenário do Senado se recurso com esse objetivo, assinado por pelo menos nove senadores, for apresentado à Mesa. Após a votação do parecer da comissão, o prazo para a interposição de recurso para a apreciação da matéria no Plenário do Senado é de cinco dias úteis., em março de 2010, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Mas a aprovação de emenda de Plenário do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e de requerimentos dos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e do então senador Flávio Arns (PSDB-PR) fez a matéria retornar à CAS, bem como exigiu sua análise pela CCJ e pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). 
Relator do projeto na CCJ, Flexa Ribeiro recomendou sua aprovação com o acolhimento da emenda de Alvaro Dias. A mudança proposta em Plenário simplificou uma das atribuições dos historiadores para a "organização de informações para publicações, exposições e eventos sobre temas de História". O texto aprovado pela CAS detalhava os locais (empresas, museus, editoras, produtoras de vídeo e CD-ROM ou emissoras de televisão) de realização dessa atividade.
- O texto original do inciso que se pretende alterar era excessivamente detalhista e enumeratório, o que depõe contra a generalidade, clareza e precisão da norma - explicou Flexa Ribeiro em seu parecer.
O relator reconheceu o "relevante" papel exercido pelos historiadores na sociedade e considerou que a inexistência de uma regulamentação pode abrir esse campo a profissionais de outras áreas sem as qualificações necessárias para desenvolver um trabalho adequado com objetos e assuntos históricos".

Iara Farias Borges e Simone Franco / Agência Senado

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